março 10, 2007

Amor Impossível


Se você ama alguém que não lhe pode corresponder, lembre-se daqueles que não têm um amor ao menos para chorar suas lágrimas. Se o amor é uma conquista, alguns ainda não a alcançaram.
Se a pessoa que você ama já tem compromisso, evite viver uma relação paralela que poderá machucar seu coração. Nossos sentimentos comandam nossa Vida; deixá-los à deriva é perigo para a própria sobrevivência.
Ninguém que se aventura numa relação paralela consegue dela sair sem marcas. Os motivos que levam alguém a tal aventura geralmente se enraízam em vidas passadas.
Quem ama nem sempre consegue correspondência com o ser amado. Às vezes nos deparamos com os amores platônicos ou não recíprocos. Respeitar os limites do outro é fundamental para nosso equilíbrio psíquico.
Quando você se deparar com um amor proibido atravessando seu percurso de vida, olhe para si mesmo e conscientize-se de que você não merece pagar preço tão alto por uma ligação que não possa ser postergada.
Se o seu amor não é correspondido ou é platônico e o outro não sabe nem lhe dá atenção, não espere que um milagre resolva a situação. Lance-se ao seu próprio destino buscando realizações superiores.
Não lamente a saída de alguém de sua vida.
Reenquadre a posição que você deve ocupar na vida, perante o futuro, sem aquela pessoa. O outro que saiu, apenas desocupou o espaço por você constituído. Permita que algo nobre ocupe devidamente aquele lugar.
Se você se encontra em solidão, observe à sua volta e verá que, mesmo acompanhada, muita gente está só. A companhia do amor é a paz da consciência e o pensamento voltado para o futuro.
Por contingências reencarnatórias, o amor entre duas pessoas poderá estar separado pelos laços de parentesco, pelo compromisso do outro, por expiações ou pela preferência sexual. Nesses casos, aja com cautela e equilíbrio, considerando que a separação imposta pela vida representa processo educativo em curso.
Muitas vezes tentamos colocar num ponto máximo de nossa vida o amor a uma pessoa em lugar do amor a Deus, à vida ou, até mesmo, a si próprio. Esse amor exagerado tende a anular quem a ele se entrega. Em determinada fase de nossa vida nos encontramos com um outro que inunda nossa consciência alojando-se sem pedir licença, parecendo ser a única razão de existirmos. Muitas vezes se trata de fascinação movida por carências não atendidas. Valorização de si mesmo e autoestima, são fundamentais para o reequilíbrio psíquico.
As barreiras da posição social, do nível intelectual e outras erigidas pelo preconceito, são contingências que nos ensinam a grandeza da vida verdadeira, da qual somos originários e para a qual voltaremos como espíritos.
Se o amor possível está difícil, o impossível merece a nossa cautela para não se tornar uma armadilha cármica a nos aprisionar na teia das reencarnações expiatórias.
O amor não-amado, Jesus, soube entender os homens, face à ignorância espiritual da humanidade. O seu amor é o amor possível e libertador.
O amor não correspondido é aquele que devemos esquecer a fim de buscarmos outro amor, que preencherá nossa vida de felicidade e paz. A fixação nele é porta aberta à obsessão e à anulação de si mesmo.
O amor impossível nos aprisiona e nos faz estacionar diante da vida. Sua presença em nossa consciência e em nosso coração impede-nos de crescer e evoluir.
Se não conseguimos realizar o amor que nos parece o máximo de nossa vida, lembremo-nos que um outro amor pode estar a nos esperar do outro lado da vida, confiante em nosso amadurecimento antes da partida. O amor dos entes queridos, que nos antecederam na viagem de retorno ao mundo espiritual, bem como daqueles que pertenceram ao nosso passado reencarnatório, estará sempre presente em nossas vidas na medida em que permaneçamos trabalhando em favor do amor e para que o amor alcance os que dele carecem.
Amanhã poderemos estar diante de algo muito mais importante do que aquele amor que nos impede o crescimento. Na manhã seguinte, certamente o dia poderá ser mais acolhedor. Acredite no amor possível; é ele que nos faz crescer.

Jesus nos ensinou que o amor é sempre possível àquele que pensa no Bem.

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do livro: Amor Sempre - Adenáuer Novaes

março 07, 2007

Amor Amigo


Nossos amigos são nossos tesouros. Constituí-los e preservá-los é uma arte. Saber fazer e manter amigos é uma capacidade importante do ponto de vista do crescimento espiritual. Manter os amigos constituídos desde a infância revela alto grau de inteligência emocional e capacidade de amar por tempo indeterminado. São aqueles, os amigos que nos acompanham durante muito tempo, os que nos ensinam o verdadeiro amor. O amor amigo é aquele que se coloca ao lado e em companhia do outro, sem lhe tolher a liberdade. O amor livre é aquele que liberta para a vida plena e feliz.
O amor amigo nunca precisa ter que perdoar. Quem ama não se magoa, não fica com raiva de quem o agrediu, por não se sentir ofendido. Muitas vezes o amor entre duas pessoas se transforma em amizade provocando, não raro, a separação. O que houve? Não seria este o objetivo da união? Muitas vezes, o melhor caminho é o da motivação consciente, que adiciona novos elementos à relação, para a felicidade do casal.
O amor amigo não anula o outro, pois se preocupa com o crescimento e fortalecimento da personalidade do parceiro. Muitos casais perdem o interesse pela relação em função da competição que se instala entre os parceiros, pela ausência de solidariedade O amor amigo é fraterno, divide os problemas, mesmo os que não são comuns ao casal, é companheiro e auxilia o outro na solução dos conflitos íntimos como se fossem os seus.
O amor amigo eleva o espírito, não necessitando, muitas vezes, da união carnal para ocorrer o verdadeiro encontro entre os pares. Quando o amor maternal deixa de ser o amor de amigo, preferindo permanecer no controle e dominação da prole, provoca o afastamento do ente querido pela necessidade que este tem de libertar-se do jugo superprotetor.
O amor exige cumplicidade na medida em que esta promove a interação entre o casal, cuja exclusividade e privacidade são garantidas. É nessa cumplicidade equilibrada que se mantém a amizade do casal. É certo que não se consegue ter por um inimigo o mesmo tipo de amor que se tem por um amigo, mas se pode desejar àquele o mesmo que se quer para este. O inimigo representa sempre uma oportunidade de aprender algo mais sobre nós mesmos. O ódio, muitas vezes, nos vincula no tempo e no espaço, às pessoas com as quais nada teríamos a aprender, mas que, certamente, nos ensinarão coercivamente, algo sobre nós. Se você quer ser feliz, ame antes de ser amado. O que queremos para o outro é o que recebemos da Vida. O pensamento daquele que nos ama, é que nos auxilia e nos ajuda em circunstâncias que não imaginamos possam acontecer.
O verdadeiro amigo transforma o outro pelo exemplo de sua própria transformação e pelo amor que faz brotar de sua alma. O amor amigo não exige retorno do outro. Dedica-se por livre iniciativa e opção de servir. Quem ama jamais deixará de fazê-lo. O amor perdoa sempre por não se sentir ferido. Não erotize o amor de um amigo. A distância entre o afeto e a sensualidade nem sempre é percebida pelo outro. Observe se não se trata apenas de uma carência sua que poderá lhe custar a amizade.
Aja com ética para com as pessoas, principalmente os amigos, pois certamente eles têm você em alta conta. Sua ética é garantia para a compreensão do amor que nutre por eles. Muitas separações acabam em disputa por heranças e patrimônios do casal, gerando inimizades e desequilíbrios de parte a parte. Quando isso ocorre é importante que se pense na supremacia atribuída ao dinheiro em lugar do amor. Os bens passam, só o amor fica. A disputa por bens, quando não estabelecida em bases equilibradas, gera necessidades de retorno a uma nova experiência em conjunto para o aprendizado da renúncia e para devolução do que não se merece. Não deixe que sua relação com alguém termine na inimizade. Quando assim ocorre, geralmente surge uma sensação de insucesso e insegurança quanto a uma possível relação futura.
Jesus, o Amigo Divino, nos ensinou a trabalhar com os amigos pelo Bem Maior. Mesmo traído por Judas, chamou-o de amigo.
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Do livro: AMOR SEMPRE - Novaes, Adenáuer Marcos Ferraz de